Em 2004, o Ibobe apontou o brasileiro como o povo que pagava mais caro para ter um computador. Uma pesquisa realizada em 2008 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que no Brasil há 56 milhões de usuários da internet e, este ano, Presenciamos pela primeira vez, em três anos, mais brasileiros acessando a internet em casa do que em lan houses. Isso foi o que conclui a 5ª edição da TIC Domicílios (Pesquisa Sobre Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), divulgada em abril deste ano.
Em 2005, após a análise de 14 projetos implantados em Salvador, Leonardo Costa e André Lemos constataram a predominância do conceito de inclusão a partir apenas da dimensão tecnológica, "não colocando em valor os capitais intelectual, social e cultural". "Estar inserido digitalmente hoje é condição fundamental para a existência de cidadãos plenos na interação com esse mundo da informação e da comunicação. Porém a maioria das pessoas vive numa realidade com um grande número de desigualdades e miséria, e a inclusão digital não pode perder isto de vista, buscando, ao menos, o desenvolvimento do indivíduo no binômio da inclusão digital e social". (Leonardo Costa, 2006)
No trecho acima estão implícitas as dificuldades de quem não tem acesso à internet. Inclusive para se conseguir empregos, porque hoje muitas vagas são divulgadas pela rede. Se a pessoa não está conectada, possivelmente perderá a oportunidade. Esta é, entretanto, a realidade para mais de 104 milhões de brasileiros que ainda não tem acesso a um computador, segundo o IBGE.
A exclusão econômica pode acarretar exclusão digital. No entanto, não podemos pôr em pauta apenas as dimensões tecnológicas e econômicas, visto que não basta o acesso às tecnologias e a conexão. A infoinclusão é um desafio que exige mudanças que vão além de saber digitar num teclado ou dominar um software de navegação na Internet. Nesse sentido, precisamos enxergar na educação (para o uso das tecnologias), na geração de conteúdo consciente, na mobilização da coletividade por espaços públicos para acesso à Internet, os caminhos para efetivar esse processo.
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